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Raphael um guerreiro

terça-feira, 9 de julho de 2013

Intestino Neurogênico

Intestino Neurogênico (Incontinência Fecal)

Incontinência fecal é a incapacidade de controlar a eliminação das fezes. Pode variar de um vazamento ocasional das fezes, até a perda total do controle sobre os movimentos intestinais, levando à incapacidade de reter as fezes involuntariamente. Esse distúrbio compromete a qualidade de vida e se manifesta mais nas mulheres do que os homens.
Para compreender melhor como se dá o controle da evacuação, é  preciso conhecer melhor a anatomia pélvica. Na parte de trás da pelve óssea, popularmente conhecida como bacia, localiza-se o osso sacro que é formado pela fusão de cinco vértebras do final da coluna, e pelo cóccix. A região inferior da cavidade pélvica é composta pelo períneo, onde se encontram os órgãos genitais e o canal anal. A musculatura do períneo confere suporte à musculatura anal, a porção final do aparelho digestivo. O canal anal apresenta um esfíncter interno e outro externo e é enervado pelo nervo pudendo, sendo este fundamental para o funcionamento de toda a musculatura da base do períneo e pelo controle dos esfíncteres. Qualquer alteração anatômica ocorrida nessa região poderá levar à incontinência fecal.
As causas dessa afecção são diversas. Pode ocorrer de forma breve, durante crises de diarreia ou quando as fezes endurecidas se comprimem no reto (compactação fecal). Indivíduos com lesões no ânus ou na medula espinhal, com prolapso retal, com demência, com lesões neurológicas resultantes de diabetes, com neoplasias no ânus ou lesões pélvicas durante o parto, podem desenvolver incontinência fecal persistente.
Estima-se que a incontinência fecal moderada ou grave tenha prevalência de até 7% na população em geral, e que até 80% das pessoas de idade avançada internados em instituições geriátricas sofram com isso. Ainda, cerca de outros 7% da população adulta perdem diariamente quantidade mínima de fezes, incapaz de comprometer o convívio social.
Grande parte das decisões de internação de pacientes idosos em instituições desse tipo é influenciada pela presença da incontinência fecal.
As causas são diversas, e podem incluir doenças inflamatórias dos intestinos, lesões do sistema nervoso central, traumas obstétricos, fraquezas musculares, uso de remédios, e outras causas.
Por esse motivo é essencial que se estabeleça o tratamento adequado para cada um dos casos.
As manifestações clínicas iniciam-se com a perda da capacidade de segurar os gases intestinais. Progressivamente esse sintoma piora, o ânus torna-se mais flácido, mais frouxo, e elas não contêm mais a diarreia (fezes líquidas). Quando há o agravamento do quadro, deixam de reter também as fezes sólidas. Por esse motivo, precisam usar um protetor nas roupas e, muitas vezes, deixam de sair de casa, de trabalhar, de viajar, pois têm medo de não chegar a tempo ao banheiro.
Como é esperado, a incontinência fecal pode comprometer profundamente a qualidade de vida e gerar um trauma psicológico grande.
O médico deve examinar o paciente em busca de qualquer anomalia estrutural ou neurológica que possa estar provocando a incontinência em questão. Isso implica o exame do ânus e do reto, a confirmação da sensibilidade ao redor do ânus e, geralmente, a realização de uma sigmoidoscopia (exame do cólon sigmoide utilizando um tubo flexível de visualização). Podem ser necessários outros testes como um exame de estado funcional dos nervos e dos músculos da pelve.

Causas

A causa pode ser congênita ou adquirida. Quando adquirida, resulta de enfermidades localizadas na região anal, de traumas como os provocados por acidentes de trânsito, de cirurgias no períneo, de fissurectomias que podem exigir a secção dos músculos do esfíncter, ou de cirurgias para tratamento de câncer.
Enfermidades como derrames (AVC), diabetes e esclerose múltipla, assim como o envelhecimento, também podem causar incontinência fecal. Nas pessoas mais velhas, costuma ocorrer redução no número de células do períneo e fechamento insuficiente do canal anal.

Predominância nas mulheres

A incontinência fecal predomina nas mulheres principalmente por causa do trabalho de parto que determina o estiramento e a degeneração parcial do nervo pudendo. Outra causa importante é a prisão de ventre mais comum no sexo feminino.
Acima dos 70 anos, a incontinência fecal se manifesta igualmente nos dois sexos.

Sintomas

A incontinência fecal predomina nas mulheres principalmente por causa do trabalho de parto que determina o estiramento e a degeneração parcial do nervo pudendo. Outra causa importante é a prisão de ventre mais comum no sexo feminino.
Acima dos 70 anos, a incontinência fecal se manifesta igualmente nos dois sexos.

Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se no exame proctológico, que permite avaliar a flacidez do ânus, e na retossigmoidoscopia para visualizar a parte interna das porções mais baixas do intestino. Para diagnóstico de incontinência fecal mais acentuada são necessários exames como a eletromanometria e a miografia (Medida do Tempo de Latência do Nervo Pudendo).

Tratamento

Primeiramente, para corrigir a incontinência fecal, é necessário estabelecer um padrão regular de evacuação que gere fezes bem formadas. Uma alteração na alimentação, como a adição de certa quantidade de fibra pode ser benéfica. Quando essas intervenções não ajudarem, alguns fármacos podem ser úteis, como a loperamida, que retarda a evacuação. Exercitar a musculatura anal aumenta o seu tônus e a sua força, ajudando a prevenir a recorrência da incontinência fecal. Caso o problema persista, a cirurgia pode ajudar em determinados casos. Como último recurso, pode-se fazer um colostomia, onde se fecha a abertura anal e o paciente defeca numa bolsa de plástico substituível, aderente a abertura feita na parede abdominal.
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. O tratamento clínico consiste em corrigir o tipo de evacuação, o que se consegue com dieta e medicamentos específicos para a diarreia e para o aumento bolo do fecal nos casos de prisão de ventre. Antidepressivos e pomadas que melhoram a sensibilidade anal também ajudam. O biofeedback é um auto-treinamento para o paciente descobrir o nível de contração necessário para fechar o ânus.
O procedimento cirúrgico é indicado quando o quadro exige transposição dos músculos e para a implantação de um esfíncter artificial.

Recomendações

* Não se constranja em procurar ajuda se apresentar sintomas de incontinência fecal. Esse distúrbio pode prejudicar seriamente a qualidade de vida se não for tratado;
* Ingira mais fibra para aumentar o volume das fezes e evitar crises de obstipação intestinal;
* Use supositórios evacuadores ou pequenas lavagens intestinais para esvaziar o reto antes de sair de casa. Desse modo, será possível evitar o inconveniente da perda de fezes ou de gases;
* Aprenda a utilizar a musculatura anal que possui. Em três ou quatro sessões de biofeedback, é possível dominar essa técnica.

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